quarta-feira, 20 de julho de 2011

†Inerte†


Este é apenas um sonho, sonho este que está gravado em mim.

Muito bem, falemos de uma noite, sem lua, fria, onde Vera Luz, (uma criatura da noite completamente linda, sedutora, seus cabelos eram longos e castanhos como amêndoas, suas vestes, negras tanto quanto o manto da noite, perfeitas) vagava lentamente, buscando algo.

Entrou em um bar, de musica country. Estaria ali o que tanto procurava? Ficou em um canto do bar, apenas observando os transeuntes do estabelecimento, vezes ou outra, distraia-se com a música, até que o avistou, Sammael Santolli; um homem moreno, de cabelos negros como a noite, barba a fazer, olhos esverdeados, vestido tipicamente, como manda o recinto (perfeito... pensou ela). Observava-o em todos os seus movimentos, via o quanto as humanas se encantavam pela sua beleza, e interessou-se por ele.
Permaneceu, em seu lugar, até que resolveu se aproximar, lentamente, e simplesmente sorriu para ele; seu sorriso era encantador, sedutor, ele retribuiu aquele convite a perdição, então após poucas palavras trocadas eles resolveram sair dali.
Caminhavam em silêncio rumo a qualquer lugar, ela ouvia suas palavras, quase sem sentido. Enfim entraram no carro, ele dirigia; ela apenas observava-o. Logo chegaram ao apartamento do jovem; era tudo caprichosamente organizado, ela gostou do que viu.

Conversaram por algum tempo, tomaram vinho e ela o envolveu em seu manto de sedução, beijou-lhe levemente os lábios, fazendo-o estremecer (ela sabia exatamente o que causava e adorava isso). Ele tentava manter-se coerente perante a situação, mas ela queria mais, muito mais, então, decidiu atacar.

Beijou-lhe os lábios quentes, enquanto suas mãos acariciavam seu pescoço; ele sentiu um leve tremor, suas mãos eram frias, e a cada toque sentia-o estremecer.
Ele não resistindo mais a tamanho desejo, deixou-se envolver, pelo véu de sedução dessa encantadora estranha, já não existia mais nada entre eles, a não ser o desejo.
Seu vestido colado ao corpo, deixava-lhe ver as curvas perfeitas de seu corpo, seios fartos.

Ele por sua vez, respiração ofegante, deixava-se levar apenas. As mãos daquela criatura da noite faziam-lhe estremecer, ela lentamente tirou-lhe a camisa, observava cada centímetro daquele corpo, deliciosamente selvagem, queria domá-lo e assim o faria.
Enquanto beijava-lhe suas unhas afiadas passeavam pelas costas, lentamente, num vai e vem, enquanto ele gemia de prazer, e aproveitava a situação para abrir-lhe o vestido deixando-o cair sobre o tapete. Parou por um instante e contemplou o corpo que lhe era oferecido. Roupas íntimas negras, contrastando com a pele branca; ela delicadamente afastou-se, caminhando para o quarto, e ele a seguiu sem nada a dizer, deitou-se naquela cama, delicadamente trabalhada, ele observava-a da porta, e ela fez apenas um sinal, e murmurou, vem... ele rendeu-se deixando tudo esquecido.
Chegando ao lado da cama, ele a observava, como querendo entender porque tanto desejo; ela sorria, e lentamente abriu-lhe as calças, deixando o membro ereto mais a vista. Sorriu.
Ela estava de joelhos sobre a cama, beijou-lhe, e o fez deitar... Suas mãos acariciavam sua pele, quente... Deliciosamente quente, suas unhas roçavam suas cochas, tão próximas de seu membro, mas ela não ousava tocá-lo ainda, queria enlouquecê-lo queria que ele implorasse por isso; as mãos quentes dele percorriam todo seu corpo, e deixou-se envolver por aquele desejo incontrolável. A essa altura já estavam completamente sem roupa, deliciando-se cada qual com o corpo oferecido.

Ela estava sobre ele, e lentamente foi descendo, provocando com sua língua, cada parte de seu corpo, até chegar a seu membro ereto, deixava apenas roçar em sua pele fria, enquanto suas mãos o acariciavam, lentamente... Lambia-o, procurava ver o quanto aquele pobre rapaz conseguia se controlar, fazia-o estremecer e gemer de prazer, quando ele implorou-lhe que o deixasse entrar em seu templo tão sagrado, ela simplesmente, sentou-se sobre ele, fazendo-o estremecer ainda mais, em um vai e vem enlouquecedor, quando ela realmente deixou seus instintos aflorarem... a respiração dele já era quase incontrolável, ela notou sua jugular, saltada, deliciosamente pronta para o bote final, quando ele estava chegando ao êxtase, ela apoderou-se daquilo que tanto desejava, teu sangue, ele gemeu pela dor causada, tentou afastá-la , nas não conseguia... Ela sugou-lhe o ultimo fio de vida...

Levantou-se, vestiu-se... Nem olhou para traz, deixou o corpo inerte, sobre a cama, mais uma vitima da calada da noite. Ela seguiu noite a dentro e não foi mais vista.

Ao despertar, ainda tinha a sensação do corpo encantador de Vera Luz em contato com o meu. Olhei ao redor, nada encontrei, e notei, foi apenas um sonho, nada mais...

Autoria: Néliton Oliveira Santos
Data da ultima revisão: 20 de julho de 2011 - 13:09 horas
Este conto é parte da obra: Memórias de um Vampiro.
Especiais agradecimentos e dedicatória a: Vera Luz, a pessoa que tem despertado
minha libido.
Todos os direitos reservados, Lei Federal número 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Proibida edição, vinculação, impressão ou propagação por meios virtuais ou físicos
do conteúdo parcial ou total deste conto.
Contato com o autor: nelitonoliveira@hotmail.com

terça-feira, 19 de julho de 2011

O ultimo suspiro





Sua pele está pálida. Seus instintos, mortos, tal qual sua carne. Seus olhos vítreos deixam resplandecer a morbidez que cobre seus olhos negros como a mais amarga e insone madrugada. A mente entorpecida por uma dose excessiva de álcool parece não querer mostrar sinais de vida, por mais esquálidos que estes fossem. Sequer uma respiração, ou um leve espasmo muscular de seu rosto angelical encarnado em uma divina imperatriz.

Seus cabelos, de uma tonalidade loura e resplandecente, um ouro roubado do mais longínquo inferno, ameaça a desabar de seu coque caprichosamente arrumado. As vestes, de um vermelho sanguinolento recobertas por rendas finíssimas e negras, parecem intactas. Seu longo vestido, submetido aos esforços de um espartilho, deixa à mostra seus seios de dimensões pequenas: lívidos, macios, tenros qual par de pêssegos seguros pendendo de uma árvore amaldiçoada. Sua boca ligeiramente carnuda e tentadoramente lasciva jaze aberta, esperando que a morte lhe tire o último suspiro.

O beco escuro, úmido e com um odor que beira ao fétido, resguarda seu corpo. O chão recoberto por pequenos blocos de basalto sustém os casarões mais charmosos: sua arquitetura fina, no centro da cidade, rodeia o prostíbulo onde ela deveria estar. Mas, em seu interior orgástico, não está: está estendida sobre algumas caixas de madeira, enfileiradas como uma cama à espera da meretriz mais desejada.

Um homem esguio, com músculos poderosos, aproxima-se com alguns passos vagarosos, qual felino prestes à abater a presa que há muito almeja. Os trajes finos de um conde ocultam um príncipe de origem desconhecida, advindo dos confins da Europa. As calças ligeiramente azuladas, o fraque de mesma tonalidade e a tradicional bengala Stock, parecem farfalhar na imensidão trevosa. Os cabelos deste distinto figurante são longos, ondulados e de um castanho escuro brilhante; o que não é comum para os homens desta localidade, que mantêm seus cabelos sempre muito bem aparados e deixam, no máximo, suas barbas cobrirem o semblante. Este homem, de distintas atitudes, de distinto cabelo e de olhar estrangeiro, deixara crescer em sua face longos e macios bigodes. Seu olhar castanho e felino contempla demoradamente a figura esticada sobre o amontoado de caixas, com a coluna e cabeça ligeiramente inclinadas para trás e com suas pernas em posição tortuosa, como protegendo um dos maiores segredos que uma mulher poderia manter – mas não esta. A barra do vestido esconde até mesmo parte dos pés envoltos por um sapato gracioso, de salto altíssimo, que até as mulheres mais habituadas a ele sentiriam dificuldades em equilibrar-se, ainda mais com uma dose excessiva de absinto a correr desenfreadamente pelas veias sedentas de utopias.

Ele passa sua língua ao redor dos seus lábios. Uma refeição farta e suculenta. Um delírio enaltecido pelos deuses romanos. Uma sereia em corpo humano, entorpecida pelos murmúrios algozes de um pesadelo infindável. Uma carcaça curvilínea, de medidas que extrapolam o padrão tradicionalmente esguio de qualquer meretrício. Os olhos amendoados, sepultados pelas pupilas apertadas como fendas, deliciam-se com aquele belo pomo unindo a podridão do ambiente à beleza descomunal de uma devassa oferecida em sacrifício em um altar de egos e gozos intermináveis.

O corpo ágil do soturno homem subitamente está em cima a imóvel donzela encarniçada. O perfume que aquele corpo morto exala é quase tão inebriante quanto o feitiço que aquela luxúria intrínseca lança. O toque sedoso de seus lábios embevecidos faz com que o corpo volte a mostrar alguns ínfimos sinais de vida. Sua pele lívida deixa transparecer ligeiras pulsações e, consequentemente, uma ligeira cor rosada enrubesce timidamente a figura estendida.

- Isso! Volte... para mim!

Sua ordem lançada em uma magia demoníaca faz com que o corpo imóvel volte a vibrar. Mas são apenas os instintos carnais que assolam a carcaça abandonada. Apenas os instintos para manter-se vivo e a percepção dos cinco sentidos estão ativos. A consciência dissipou-se para nunca mais.

Seus lábios seguem em direção aos dela, e um maquiavélico beijo que exala podridão demora-se com o passear infindável de sua língua pelo território ainda inexplorado por ele. Sua mão direita segue para acariciar o rosto imóvel, e silenciosamente a mão esquerda deixa tombar a bengala. Ambas as mãos correm para o peito rodeado por jóias falsas. Ele acaricia o tórax cadavérico como se assim estivesse a afagar o baú do mais valioso tesouro. Suas mãos de unhas longas seguem para as costas da mulher e tentam desesperadamente afrouxar o espartilho, e logo o corpo espremido sente a ligeira liberdade das amarras das vestimentas. Com algum esforço, o homem consegue livrar também os seios encarcerados. Seus olhos rejubilam. Suas mãos acariciam demoradamente cada um deles, e um êxtase delicioso invade-o de assalto quando percebe que os pomos imóveis ficam enrubescidos, e os mamilos incham e endurecem. Um calor crescente pulsa nos seios à mostra. O homem curva seu corpo para trás, mostrando uma flexibilidade admirável. Cerra seus olhos e morde seus lábios, imaginando sua satisfação que mesmo sendo breve, teria o gosto legítimo da eternidade.

Volta-se violentamente para os seios a explodir em um prazer cálido. Sua boca fria beija vagarosamente a pele doce e suave, e alcança os mamilos primeiro com suavidade e, posteriormente, com violência. Sente o gosto cândido da pele a estremecer-se, e afoga-se ainda mais nos seios cada vez mais rubros. Ele morde, suga, deixa a ponta de a sua língua encharcada rodear as auréolas e em seguida, suga como um rebento abandonado. Após uma mordida leve, que aos poucos é mais intensa e cruel, os mamilos deixam verter uma gotícula de sangue.

Um leve gemido de prazer é solto pelas cordas vocais masculinas, e seus lábios ásperos voltam-se para os morros pontiagudos, que agora vertem sangue. Um delicado beijo, depois uma sucção violenta... e logo seu membro inchado pulsa com tamanho êxtase que mal pode se conter dentro de sua calça.

Enquanto sua boca enaltece movimentos entre ambos os seios rijos, retesados e trêmulos, sua mão esquerda passeia pela barriga imóvel e segue até o meio das pernas da morta-viva. Mesmo sob o pesado tecido do vestido, acaricia voluptuosamente a suculenta ferida. Movimentos que vão de cima para baixo, em uma carícia interminável, parece ordenarem que os sentidos renasçam ali também.

Afasta ligeiramente as pernas para que o seu corpo se encaixe ali e, ainda embriagando-se com o prazer dos seios, movimenta-se para melhor levantar a saia. Sua mão passeia e esfrega-se contra as pernas roliças, encobertas por uma cinta-liga. Seus lábios desligam-se dos seios e beijam vagarosamente a barriga, até que ele ajoelha-se novamente e contempla as pernas bem abertas. Suas mãos seguem para retirar a roupa íntima que envolve a virilha e, imbuído de uma selvajaria, ele rasga o tecido e deixa exposto o motivo de seu desejo. Os lábios fartos, transbordantes, em meio aos parcos e claros pêlos púbicos, fazem seu pênis ansiar ainda mais por adentrar aquelas entranhas e fazer com que ela ressuscite com um ligeiro movimento de uma forte estocada.Um único movimento empalador, um corte violento na direção horizontal: seria tudo para trazer aquele corpo lúbrico à vida carnal para os prazeres mais diabólicos.

Ele leva sua mão para sentir seu membro vigorar, mas ainda não o libera. Ao invés disso, segue para a doce ferida com a mesma sede que tinha quando sugava-lhe os seios.

Primeiro um beijo, em seguida uma leve sucção, uma lambida infernal e delirante. Sente a vagina gélida contorcer-se e transformar-se num cálido e tenro pedaço de carne. O clitóris, desabrochando tal qual uma rosa embebida no mais orgástico veneno, começa a inchar. Ele afasta os grossos lábios vaginais, enrijece sua língua e penetra-a na caverna insepulta. Sente as contrações involuntárias daquela caverna quando um corpo alheio ousa penetrá-la.

Quando sente o ácido fervente escorrer pela vulva, ele não mais agüenta e expõe seu órgão viril, teso e incandescente. Um órgão comprido, de aparência lisa e ligeiramente lustrosa em sua cabeça; com os pesados testículos frenéticos e os pêlos negros, eriçados. Este logo se perde entre a escorregadia abertura. Seus quadris empurram o pênis para o interior do antro envolvente, e ele faz com que a cabeça encoste na base do colo uterino. Um invólucro ardente, pulsante, qual boca maldita a mastigar, sem as presas, o alimento egoísta.

Sente os músculos de todo o seu corpo trabalharem, como uma chama incandescente faz a maquinaria da locomotiva puxar os vagões. Suas mãos agarram firmemente as ancas de sua meretriz, e logo as unhas compridas estão cravadas naquela carne tal qual uma águia agarra seu peixe.

Sua respiração torna-se ainda mais ofegante. O coração palpita com mais Ânsia. Sua face contorce-se. E o andamento enlouquecido a arregaçar a macia e elástica boceta termina em um gozo sepulcral. Seu gemido alto é abafado pela música saída de dentro do prostíbulo, como se a sinfonia de prazer fosse a sua própria voz empalada pela sinfonia do orgasmo.

Com a respiração ofegante, os sentidos inebriados, a boca entreaberta e a cabeça inclinada para trás, percebe que gotas de suor brotam dentro de sua roupa. O corpo trêmulo exala um calor que há muitos séculos não sentia igual.Os olhos estão cerrados com tamanha força que ele consegue visualizar pequenos focos incandescentes ocultos nas trevas de suas pálpebras.

Com um movimento vagaroso de seus músculos, tal qual um fugitivo que tenta se esquivar silenciosamente de um perigo iminente, ele tenta recuperar suas forças. Não retira seu órgão da cova infernal, não movimenta suas mãos. Apenas guia o olhar para o corpo ainda estirado a sua frente, que deixa seu rosto resguardar a mesma expressão cadavérica a qual ele anteriormente encontrara. Observa os seios inchados, com os mamilos dilacerados e o tórax brilhante. Vê os braços abertos da diva entorpecida, como se ela estivesse À espera de um príncipe trevoso que a possuísse.

Mais um longo silêncio. Desta vez, não escuta nem a música alta que extravasa as paredes, tampouco sua respiração tortuosa ou as batidas aceleradas de seu coração pérfido. Tenta encontrar algum manifesto no cadáver lúbrico: nenhuma piscadela, nenhum gemido, nem mesmo o dedo mínimo da mão consegue exprimir algum movimento. Apenas o coração frenético espalha pelo seu corpo o vinho rose de seu sangue, e a rósea caverna enlouquecida vibra e contorce-se, sugando ainda a espada afiada que lhe corta as entranhas.

Após a densa pausa, este distinto homem, de cabelos e unhas compridas, com olhar e pose característicos de estrangeiros, inclina-se e bebe dos mamilos o sangue que fizera verter. “As forças devem ser recuperadas” conjecturou, enquanto suga e bebe grandes goles do sangue que se fez em sua mais doce embriaguez. O gosto amargo, ligeiramente metálico e carnal daquela bebida rubra, faz com que seu apreciador prenda-se mais intimamente à vítima.

Os segundos passam-se com a velocidade de horas.logo, porém, sente uma leve tontura, e imediatamente distancia-se. “Absinto...”

Com algum custo, separa-se do corpo que os fizeram ser apenas um.

Recompõe-se e põe-se a vaguear pela escuridão.

A mulher nas trevas, nua, ensangüentada e com seu segredo lambuzado e exposto, parece não se valer mais de qualquer importância. A face antes rosada volta a morrer, porém a expressão macabra continua intacta.

E da boca entreaberta, vagamente pulsante, prende uma última mensagem a todos que quiserem compartilhar de sua embriaguez.um último suspiro é exalado antes que a Morte, desta vez em forma de ceifador, apodere-se de sua alma, pois seu corpo ela a acabara de possuir.


Autoria: Néliton Oliveira Santos
Data da ultima revisão: 17 de julho de 2011 - 22:56 horas
Este conto é parte da obra: Memórias de um Vampiro.
Especiais agradecimentos e dedicatória a: Cahethel, o anjo da sala wicca,
por sua colaboração involuntária e amizade.
Todos os direitos reservados, Lei Federal número 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Acordando

Hoje acordei com um sentimento que não sei explicar.
Um sentimento poucas vezes sentido.
Não é amor, disso estou certo.
É algo mais que isso. Amor já senti.
Não gostei de sentir amor.
Isso que estou sentindo ultrapassa as barreiras do amor.
É algo sonoro como paixão e doloroso como a saudade.
Acho que o nome é... Tédio.


Araguari, 19 de Julho de 2011 - 10:20 da manhã

sábado, 16 de julho de 2011

Espero

"Não me lembro como foi nosso começo. sei que não tivemos um começo. Já era amor antes de ser." Clarice Lispector

Veio até mim em uma conversa sorrateira de fim de fim de noite em um chat,
Mal sabe ela que naquela noite roubava muito mais do que alguns minutos da minha atenção;
Roubava ali naquele instante minha alma. Meu coração.
Triste fim do poeta que clama apaixonado o amor que não lhe pertence.
O amor que veio rápido, chegou, passou e sumiu.
Agora espero, espero e espero. Continuarei a esperar.
Pois o amor se foi, mas o coração ainda hoje espera seu retorno.
Lua. Onde estará?

Sammael Santolli

Carta ao amor perdido...



A minha amada...

Seu nome ficará em segredo, algo nela atrai-me, desejo-a a cada segundo de minha existência, queria saber o porquê! Não pertence a meu grupo seleto de amigos, e quando questionada, disse-me apenas. Sou sua Salvadora!

Minha salvadora?... Salvará-me de que? Talvez de mim mesmo. Do meu eterno desejo de me completar, não sei... Desejo-a hoje mais que ontem e com certeza menos que amanhã, posso senti-la em cada fibra de minha alma, escuto teu chamado silencioso, será tudo verdade? Ou mais uma vez, o destino brinca comigo, faz-me perder-me no desconhecido. Perder-me em minha mente indecifrável. É assustador, tenho medo de me perder em você e não conseguir mais encontrar. 


Com você sou apenas eu, mas não consigo identificar meus sentimentos, e isso me assusta. São sentimentos controversos. Um lado deseja-te como jamais desejei alguém. Um sangue tão puro, um corpo tão quente. Porém o outro alerta-me, avisa-me, "AFASTE-SE", mas não consigo. 
Levo você em minha alma sempre, mesmo na solidão de minhas noites, me perco vagando, buscando, algo que me leve até você.
O que fazer? Não sei... Talvez você tenha a resposta. Ou você seja a resposta...
Saudades Eternas... 
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Autoria: Néliton Oliveira Santos
Data da ultima revisão: 16 de julho de 2011 - 23:15 horas
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†Memórias de um Vampiro†

Capítulo I_ Volúpia.




“Um ser de cabelos dourados, corpo com formas sinuosas e envolventes, sua voz soa como gritos tortuosos do inferno, e seu cheiro é extremamente convidativo como pólem de uma flor negra da escuridão.”

Era uma noite normal como todas as outras em Araguari, cheguei à casa de Lays e lá estava ela, usando um vestido negro que valorizava as formas sinuosas de seu corpo dourado, o batom vermelho realçando seus lábios volumosos, a maquiagem em torno do olho dando um ar de mistério e sensualidade inigualável. Perguntei a ela se iríamos sair naquela noite, mas ela estava sozinha em casa e queria somente transar, mas queria que eu fizesse com ela como eu costumava fazer com as prostitutas com que eu saía de vez em quando, eu já havia lhe dito que era sádico e masoquista e então ela resolveu ceder e entrar de cabeça nesse mundo de prazer insano.

Eu fui me preparar enquanto ela procurava algemas e outras parafernálias, quando voltei, ela estava sentada no sofá com uma coleira de couro no pescoço e usando uma cinta liga vermelha com os lindos cabelos loiros soltos e um olhar safado em minha direção; não me contive com a cena e já fui beijando Lays como se fosse o ultimo beijo da minha vida, eu a beijava por todo corpo enquanto a bolinava com o dedo, chupava aqueles seios enormes e apertava forte seu corpo contra o meu, fui descendo a cabeça devagar beijando aquele belo corpo então rasguei sua calçinha vermelha e comecei a sugar seu clitóris, eu chupava com voracidade aquele sexo molhado intercalando lambidas com mordidas, o erotismo era tanto que ela se retorcia e gritava de prazer.

Depois de quase meia hora de sexo oral eu me coloquei de pé e a segurei pela coleira obrigando ela a chupar meu sexo, eu adorava quando ela fazia isso, ela era sempre tão cuidadosa aos detalhes de uma boa chupada, realmente era a melhor garota em sexo oral que eu já havia conhecido, eu poderia ficar ali horas e horas apreciando aquela bela chupada, mas o tempo era curto restava somente mais algumas horas antes que seus pais chegassem em casa.

Quase surtando de prazer com aquele oral insano eu coloquei uma mordaça naquela boca gostosa, ela louca de desejo se pôs de quatro com um pé em cima do sofá e as mãos na parede, eu a segurei com uma mão em sua cintura e com a outra eu puxava seu cabelo enquanto o meu pau ia penetrando naquela xana molhada e quente, eu a empalava com tanta força que ela arranhava a parede com as unhas, bastaram alguns poucos minutos ali e já dava pra sentir o liquido dos deuses escorrendo, molhando meu pau e descendo pelas pernas de Lays.

Foi aí que ela resolveu assumir o controle, me empurrou para trás e me conduziu ate a cama onde me algemou, eu comecei a me divertir com aquela cena banal e sádica da parte dela, a qual nunca tinha acontecido antes, ela retirou a mordaça e me algemou por uma das mãos enquanto ela chupava meu cacete, de repente algemou minha outra mão, e começou a me beijar dizendo que seria uma menina má aquela noite, eu achei isso ótimo e só de imaginar o que ela poderia fazer eu já quase explodia de prazer.

Ela pegou o controle do aparelho de som e colocou a música Supermasive Black Hole do Muse pra tocar, veio se aproximando deu mais algumas chupadas no meu cacete e então foi sentando nele devagar, e à medida que a musica ia ficando mais intensa ela ia aumentando a velocidade com que cavalgava, estava quase chegando ao ápice do prazer de repente ela se inclinou para trás e pegou um chicote de couro usado para aumentar o prazer através da dor, ela me batia instintivamente como se quisesse acordar a fera adormecida dentro do meu corpo, e foi exatamente o que aconteceu.

Depois de algumas chicoteadas, umas dez ou doze, eu então me livrei das algemas que estavam mal colocadas e a segurei pela garganta forte mordendo os seios e os braços, ela começou a sangrar e se assustou, mal sabia ela que aquilo era o que eu mais estava desejando aquela noite, comecei a lamber aquele sangue adocicado, mas não me era o suficiente, eu queria mais.

Tapei a boca de Lays e a segurei firme no colchão, comecei chupando o pescoço gostoso e molhado com cheiro de suor feminino, foi quando não contive o meu desejo e acabei mordendo aquela veia grossa que pulsava de medo e desejo, finalmente começou a jorrar sangue pelo corpo dourado de Lays, eu aproveitava ao máximo aquele elixir sagrado, não conseguia mais parar de sugar o sangue delicioso que saia daquele lugar, ela foi ficando fraca e mal conseguia se mexer, então vi que já estava saciada aquela noite, quando fiquei de pé olhei para o rosto de Lays e vi que ela estava morta, rapidamente me limpei com o lençol e vesti minha roupa, sai o mais rápido possível daquele local o qual nunca mais voltei.

Foi uma pena ela ter morrido, mas eu não conseguia me controlar o sangue de Lays era como se fosse uma heroína feita especialmente para mim, era tão doce e suave que não adiantava o quanto eu me esforçasse naquele momento eu nunca iria conseguir parar, foi realmente uma perda enorme, pois ela era a melhor humana que eu já havia transado. Nunca mais encontrei sangue que se comparasse ao sangue dela, mas estou sempre à procura...

Autoria: Néliton Oliveira Santos
Data da ultima revisão: 16 de julho de 2011 - 13:02 horas
Este conto é parte da obra: Memórias de um Vampiro.
Especiais agradecimentos e dedicatória a: Lays Morais, por sua amizade, apoio, gentil paciência e grandiosa
participação.
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Nada versus Nada.

Me vejo sozinho. Perdido no mundo sem ninguém ao meu lado. 
Estou rodeado por mulheres que dizem me amar. 
Me idolatram e curvam-se as minhas vontades. 
Quero ficar só, mas no mesmo instante contraditoriamente quero estar no calor dos braços de alguém.
Não sou um Don Juan, nem tampouco um libertino.
Minha revolta é saber que estou só, mesmo estando acompanhado estou só.
Triste vida do poeta que espera amor onde só existe o nada.
Nada versus nada.

domingo, 10 de julho de 2011




Acordei em cólera. Não, o mundo não me agrada. As pessoas estão mortas e não sabem, ou sabem e ignoram a condição débil em que se encontram. E o amor, exigente e hipócrita. Cada vez mais amaldiçoado. Ganancia é a palavra de comando, "poder acima de tudo", gritam os povos. 
Onde foi parar a humanidade. Sorte tenho eu que não vivo neste mundo, apenas assisto aos jornais e imagino como seria viver sendo sodomizado pela sociedade capitalista. Existir me dá remorso. Tenho vergonha de passear entre eles, meros zumbis. Fantoches do que um dia foi Deus, mas hoje é apenas um inquisidor que aponta o dedo na cara de qualquer um que vá contra sua vontade.
Igrejas sendo levantadas em nome de um Deus capitalista e inquisidor. Onde está a fé? Onde está o amor?
O mundo está perdido, não sei mais se posso salvá-lo.


A virtude da vida não está em fazer aquilo que se gosta. E sim gostar daquilo que se faz. Por isso seja forte. Não como as ondas que tudo destroem. Mas como as pedras. Que tudo suportam. Clarice Lispector


Não sei o que digo. As vezes nem sei o que sou. Sou pedaços desconexos do que se chama de humano. Sou um ser voraz. Atroz. Esguio e mole. Mas jamais forte. Força lembra vitória. Vitória nunca tive. Não por enquanto. Tenho apenas trechos dela. Nada mais.